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segunda-feira, 13 de junho de 2011

Os uruguaios estão de volta

O horizonte, antes escuro e sombrio, agora voltou a ser celeste para "La Celeste". O futebol uruguaio retomou sua força de outrora, pois dessa vez seus jogadores talentosos deslancharam mundo a fora. Veremos, agora, por quanto tempo.

A grande campanha na Copa do Mundo da África do Sul, quando os desacreditados uruguaios alcançaram o 4° lugar soa épico. Pelo menos para o povo local, tão carente de alegrias por parte da primeira seleção campeã do mundo, no longínquo 1930. Aliás, bicampeões mundiais, que o diga nosso querido Maracanã.

Antes do desembarque na África do Sul, os uruguaios traziam na bagagem uma eliminação na primeira fase da Copa do Mundo de 2002, e todas as esperanças depositadas em Diego Forlán, atacante do Atlético de Madrid, e Luis Suárez, do Ajax de Amsterdã. Pouco para os 3,5 milhões de habitantes da República Oriental do Uruguai acreditarem em uma participação honrosa no mundial. Ainda pesava contra a Celeste ter caído no grupo da anfitriã África do Sul (que não jogava um bom futebol, mas era o time da casa, portanto digno de respeito), dos campeões mundiais da França e a perigosa seleção mexicana, sempre disposta a aprontar. Mas a Celeste passou em primeiro lugar no grupo, com direito a uma goleada de 3 a 0 sobre os anfitriões.

Vieram as oitavas-de-final, e uma vitória dramática sobre a Coréia do Sul os colocava diante de Gana, a única seleção africana nas quartas-de-final da Copa. A única que poderia dar ao continente africano sua melhor participação em Copas do Mundo, pois nunca um país africano chegara às semifinais. Mas perderam a disputa de pênaltis e foram os novos espectadores da comemoração azul celeste.

Nas semifinais contra a Holanda, um problemão: o zagueiro e capitão Diego Lugano, lesionado, ficou de fora da partida. E assistiu angustiado à classificação holandesa, vendida muito caro pelos uruguaios: um placar de 3 a 2 com muito sufoco imprimido pelos celestes nos ultimos cinco minutos. Nova derrota de 3 a 2 na decisão de terceiro lugar, contra a Alemanha, e assim se encerrou a campanha uruguaia nos gramados sul-africanos. Mas ainda emplacaram Diego Forlán como melhor jogador da Copa, além de vice-artilheiro. Retorno digno de festa em Montevidéu, na recepção dos jogadores. E os dois últimos jogos, nos quais a Celeste jogou no mesmo nível contra duas potências mundiais, resgataram a confiança e a esperança num crescimento do futebol uruguaio.

O ano de 2011 começou com a disputa do sul-americano sub-20 do Peru. Os jovens uruguaios tinham uma missão complicada: garantir uma das duas vagas da América do Sul nos Jogos Olímpicos de Londres. As dificuldades em campo se somavam à pressão pela expectativa ansiosa do povo, que não via os bicampeões olímpicos de 1924 e 1928 na disputa desde...1928! Mais uma vez, a camisa celeste soube se impor, e o vice-campeonato sul-americano carimbou o passaporte de Cabrera, Polenta, Gallegos e companhia para a Terra da Rainha.

Para completar a festa, o Peñarol, atual campeão uruguaio, chegou com muita garra à final da Copa Libertadores. Terá pela frente o Santos de Neymar e Ganso, mas o time comandado pelo técnico Diego Aguirre, ídolo e herói do ultimo titulo dos Carboneros na competição continental em 1987, terá um Centenário lotado na partida de ida das finais, onde perdeu apenas um jogo nesta competição, ainda na primeira fase. E os aurinegros estão acostumados em decidir sua vida fora de casa, pois assim fizeram com o atual campeão Internacional, a Universidad Católica do Chile e o Vélez Sarsfield, sagrado campeão argentino domingo passado.

Cuidado, Santos. A velha garra uruguaia está de volta, e a próxima vítima pode ser você.

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