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sexta-feira, 27 de julho de 2012

O que tem demais na derrota da Espanha sub-23?

Muito se fala no futebol da seleção espanhola como o melhor do mundo. Afirmação justa e indiscutível. Mas, como sempre, a imprensa busca teorias exageradas que expliquem o sucesso dos espanhóis. Já li e ouvi sobre CT mágico do Barcelona, seleções de base que copiam o padrão de jogo da seleção principal, inserção correta e moderada dos jovens nas equipes principais etc.

Portanto, quando a equipe olímpica espanhola pisou os gramados do Hampden Park, em Glasgow, para o duelo contra o Japão...se esperava um massacre! O toque de bola encantador da "escola espanhola" se sobreporia fácil, fácil diante dos limitados nipônicos.

Mas os comentaristas, jornalistas, especialistas e outros "istas" de plantão se esqueceram que ali não estavam Xavi, Xabi Alonso e Iniesta. Os motores do time espanhol que encanta o mundo e a verdadeira resposta para as teorias sobre o sucesso espanhol.

Estavam, sim, jovens muito promissores, como Juan Mata, Javi Martínez, Koke, Isco, Ander Herrera...mas nenhum deles joga "like a Iniesta/Xavi".

Portanto, por que esperar do sub-23 espanhol o mesmo rendimento do time principal. Os garotos não tem metade do entrosamento desta avassaladora Fúria campeã de tudo. Ainda assim, obviamente, tentaram jogar no estilo da seleção sênior mas, sem o entrosamento e a categoria das feras de Barcelona e Real Madrid, obviamente não foi tão fácil. Bastou um pouco de correria dos japas e a defesa espanhola se mostrou perdidinha, perdidinha. Aliás, o time todo se mostrou sem recursos e teve muita sorte de não ser massacrado pelos japas.

O time espanhol se mostrou para lá de comum. Pensavam ser o talento dos atuais campeões mundiais e europeus repassado através das camisas e só se tocaram da real quando não conseguiam furar a retranca japonesa com a facilidade dos seus mentores. Resultado: jogaram como qualquer timezinho, cruzando bolas na área a torto e direito ou chutando da maneira como a bola aparecia na frente.

Num grupo com HOnduras e Marrocos, se espera que a Espanha avance junto ao Japão. Mas a partida de ontem serviu para quebrar o status da Espanha de novo grande-super-mega formador de jogadores, e evidenciou o que ninguém queria enxergar: a Espanha é o que é hoje devido à excepcional geração que dispõe no momento, nada mais do que isso. Talento, meus amigos, não é hereditário nem se passa por tecido de camisa.

sexta-feira, 6 de julho de 2012

O futebol brasileiro ganhou junto com o Corinthians

O futebol brasileiro ganhou muito com o título do Corinthians na Libertadores, a despeito da torcida contra dos outros torcedores. Todos viram quarta-feira no Pacaembu um time de futebol na essência da palavra: com padrão tático, defesa forte e bom toque de bola. Planejamento, organização dentro e fora de campo e manutenção do treinador são alguns dos motivos que levaram a Fiel a comemorar o mais importante título das Américas pela primeira vez em 102 anos.

O Corinthians está longe de jogar um futebol vistoso, com jogadas de efeito ou dribles espetaculares. Joga para o gasto. Se arma muito bem na defesa, e sai "na boa", com atacantes rápidos e toque de bola envolvente. Não tem nenhum super craque badaladíssimo, mas tem excelentes jogadores que, juntos, compõem um grupo. Todos marcam, todos jogam juntos.

Mas para se forma um time com padrão tático e entrosado, é necessário tempo para treinar e, obviamente, manter os jogadores por um longo período juntos. Foi exatamente o que fez a diretoria do Corinthians, ao manter o técnico Tite no comando, apesar de o mesmo ter sofrido pressões a cada mau resultado da equipe neste período. Fosse como a maioria dos times no Brasil, teria Tite sido demitido já na derrota para o Tolima, no ano passado. Felizmente, por lá a coisa foi diferente.

Igualmente importante foi o esforço da diretoria para manter os jogadores no elenco. Dos titulares em campo quarta-feira, oito trabalham com Tite desde sua chegada ao Parque São Jorge. Os três "forasteiros" são Cássio, Emerson Sheik e Alex, sendo os dois últimos campeões brasileiros no ano passado.

Não é segredo para ninguém que um grande time precisa ser unido, entrosado, com um técnico respeitado pelos jogadores e respaldado pela diretoria. Tudo isso nós vemos no Corinthians, e não vemos na maioria dos times do Brasil. As teorias sobre planejamento, manutenção de elenco e permanência de treinador ganham ainda mais força com a vitória do Corinthians, que vai servir de "puxão de orelhas" nos demais dirigentes.